Hoje, escrevo para os artistas e para aqueles que possuem habilidades especiais, mas que muitas vezes encaram a arte como um mero hobby. É inegável que viver de arte nos dias de hoje é um desafio. Pergunto-me: em que momento parte da sociedade passou a valorizar apenas a arte do passado?
Atualmente, a arte enfrenta um desprestígio crescente. As representações artísticas, que outrora eram formas poderosas de expressar sentimentos e visões de mundo, têm perdido seu valor para muitos. A profundidade das expressões artísticas está sendo gradativamente esquecida. Embora estejamos cercados por conteúdos artísticos em nosso cotidiano, frequentemente deixamos de observá-los com a atenção que merecem. A arte é dinâmica e sempre se reformula; não podemos ignorar o quanto as representações artísticas contemporâneas são ricas e significativas.
Uma das barreiras que contribuem para essa desvalorização surge no ambiente escolar. A disciplina de Artes é frequentemente vista como inferior às demais, e nem todas as instituições oferecem um ensino aprofundado nessa área. É fundamental incentivar os alunos a pensarem "fora da caixa". Se considerarmos a arte apenas sob a ótica do "belo", corremos o risco de perder seu significado no convívio social.
No contexto globalizado em que vivemos, encontramos diversas padronizações nas manifestações artísticas. Mesmo o "diferente" acaba sendo visto através de uma lente comum, o que impacta o consumo da arte. Embora tenhamos liberdade para nos expressar, muitas vezes nos restringimos ao que é socialmente aceito, limitando nossa expressão criativa.
Historicamente, quantos artistas só tiveram suas obras reconhecidas após a morte? É desolador pensar que muitas vozes ricas e talentosas demoram anos para serem valorizadas, especialmente aquelas fora dos Estados Unidos ou da Europa. Um exemplo disso é Fernanda Montenegro, cuja carreira foi tratada como uma "revelação" pela mídia estadunidense, mesmo após décadas de trabalho consagrado. Isso ressalta a riqueza da cultura latino-americana e a necessidade urgente de reconhecer nossa arte e nossos artistas.
A desigualdade social também representa uma barreira significativa para o acesso à cultura. Por isso, é vital promover campanhas e programas que facilitem o acesso à arte para aqueles que não conseguem alcançá-la. Adicionalmente, precisamos valorizar as expressões artísticas nas pequenas comunidades e mostrar sua importância.
A arte merece reconhecimento e valorização, sem ela, a beleza do mundo jamais poderia ser adequadamente retratada.
Escrito por: Ana Carolina O. Blaka
Queria poder seguiar a carreira que eu gosto, que vem por meio da escrita. Mas infelizmente...aqui no Brasil, escritores não são devidamente valorizados
Amei! muito informativo